segunda-feira, março 12, 2007

Entre reais fábricas e penhas de Montejunto

De volta a Montejunto! Desta vez por iniciativa própria, ou melhor, do amigo Filipe, também conhecido por Achigã! E "trás um amigo" e "não queres vir também", e como diz o Zeca "venham mais cinco" e lá chegámos aos seis... Ponto de encontro, Igreja Paroquial de Nsa. Sra. dos Navegantes do Parque das Nações, local de início de tantas outras aventuras, e lá fomos nós rumo a Montejunto.

Do Centro de Interpretação Ambiental, localizado no sopé da serra, partem dois trilhos de percursos pedestres de Pequena Rota (PR), o Trilho da Quinta da Serra e o Trilho da Penha do Meio Dia.

Escolhemos o primeiro por ser mais curto (cerca de 5 km), com um grau de dificuldade muito fácil e que nos leva até ao posto de vigia florestal situado a 574 metros de altitude, no topo da Penha do Meio Dia. Um percurso suave que atravessa caminhos florestais de pinheiro-manso (Pinus pinea) e de carrasco (Quercus coccifera). Ao longe avistam-se vinhedos e pomares que caracterizam a paisagem serrana do Oeste. Do outro lado as antenas da RTP e os radares que vigiam o espaço aéreo português erguem-se majestosamente no topo dos 666 metros, juntamente com a ermida da Sra. das Neves e as ruínas do primeiro convento da Ordem dos Dominicanos em Portugal. Continuamos a subir até chegarmos à zona de descolagem de asa delta e parapente, onde somos presenteados com uma vista magnífica. Ainda a subir, alcançamos o Picoto da Texugueira e dirigimo-nos por entre alecrim 'aos molhos' (Rosmarinus officinalis) em pleno afloramento calcário, até chegarmos ao posto florestal. Ventania! Parece que deixaram as janelas abertas! Pequena paragem para uma sessão de fotografias e recuperar alguma energia (isto para aqueles que não se esqueceram do farnel em casa). Depois foi começar a descer até ao bosque de castanheiros onde se situa a Real Fábrica de Gelo e o Forno da Cal (já referido no post anterior). Aqui fizemos uma paragem para descansar e almoçar.

Entretanto, já depois de reduzidos apenas a quatro elementos, lá decidimos que era ainda cedo para voltar para a 'floresta de betão' e resolvemos 'atacar' o segundo trilho, o da Penha do Meio Dia. Um percurso de cerca de 7 km, mas com um grau de dificuldade moderado, que tem como pontos fortes uma descida por uma linha de água até à cascalheira e a subida final até ao Moinho do Moloiço. No decorrer deste percurso podemos observar as camadas dos calcários de Montejunto, que caracterizam a vertente oeste e sudoeste deste relevo anticlinal. Depois surge-nos o Matagal, um coberto vegetal de carrasco, lentisco (Phyllyrea angustifolia) e alecrim, entre outras espécies. Resta-nos a subida em caminho de pé-posto ao longo da encosta íngreme que nos leva até um planalto coberto de gramíneas, alecrim e tomilho (Thymus sp.) onde se encontra o Moinho do Moloiço. O regresso ao ponto de partida serve para aliviar os músculos dorídos da subida final.

Um dia espectacular, com um excelente tempo (o S. Pedro ajudou bastante), longe da loucura da grande cidade! Fica aqui uma sugestão para quem lá for... aproveitem a manhã, principalmente se forem a um domingo, porque os 'domingueiros' e, em particular, os motards tornam certos locais demasiado barulhentos!

Obrigado aos meus companheiros de caminho, Filipe, Maguinha, Sérgio, Ana e Pedro, pela companhia.